segunda-feira, 30 de novembro de 2009

TODO PODEROSO



Todo Poderoso
titulo original: (Bruce Almighty)
lançamento: 2003 (EUA)
direção: Tom Shadyac
atores: Jim Carrey,Jennifer Aniston,Morgan Freeman,Philip Baker Hall, Catherine Bell
duração: 94 min
gênero: Comédia

ficha técnica:
título original:Bruce Almighty
gênero:Comédia
duração:01 hs 34 min
ano de lançamento:2003
site oficial:http://www.brucealmighty.com/
estúdio:Universal Pictures / Pit Bull Productions / Shady Acres Entertainment / Beverly Detroit / Interscope Communications / Partizan
distribuidora:Universal Pictures / Buena Vista International / DreamWorks Distribution LLC
direção: Tom Shadyac
roteiro:Steve Koren, Mark O'Keefe e Steve Oedekerk
produção:Michael Bostick, James D. Brubaker, Jim Carrey e Tom Shadyac
música:John Debney
fotografia:Dean Semler
direção de arte:James Nedza
figurino:Judy L. Ruskin
edição:Scott Hill

Elenco:
Jim Carrey (Bruce Nolan)
Jennifer Aniston (Grace)
Morgan Freeman (Deus)
Philip Baker Hall (Jack Keller)
Catherine Bell (Susan Ortega)
Lisa Ann Walker (Debbie)
Mark Adair-Rios (Hood)
Lou Felder (Pete Fineman)
Adrian Neil (James)
Steve Carrell (Evan Baxter)
Nora Dunn (Ally Loman)
Eddie Jemison (Bobby)
Paul Satterfield (Dallas Coleman)

Sinopse:
Bruce Nolan (Jim Carrey) é um jornalista que tem um bom emprego na TV e uma bela namorada, Grace (Jennifer Aniston). Num acesso de fúria ele começa a xingar e questionar Deus e seu modo de fazer tudo funcionar, o que faz com que ele próprio (Morgan Freeman) resolva descer à Terra como um homem comum e lhe entregar o poder de comandar o planeta da forma como desejar durante um dia. É quando Bruce percebe o quão difícil é ser Deus e tomar conta de tudo o que ocorre no planeta.

Esse é um exemplo de filme onde roteiro, direção, atores, iluminação, montagem e tudo o mais fluiu simples, mas funcionou. É um humor critico e inteligente, o Carrey está impacável em todas as cenas. Sobre Deus o filme nos mostra que Ele pode ser qualquer pessoa, branca ou preta, isto não importa. Será racismo pensar em um Deus branco? Por que não preto? O filme é espetacular. Gosta de comédia então está aí o FILME.

Preconceituosos aqueles que não entenderam o fato de colocarem um negro como Morgan Freeman para ser Deus. Justamente porque todo mundo tem aquela ideia de que Deus é aquele cara de cabelos compridos e olhos azuis... o filme pensou em todos os detalhes.

Nesse filme o velho Jim Carrey está de volta. Em "Todo Poderoso" Carrey retorna ao início de sua carreira e volta a fazer personagens careteiros, no melhor estilo Jerry Lewis. Porém, após vê-lo em cena em filmes como "O Mundo de Andy", "O Show de Truman", "Cine Majestic" e até mesmo "Eu, Eu Mesmo & Irene", a sensação que o filme proporciona é de que Carrey, até mesmo como comediante, pode fazer muito melhor. O filme se baseia todo em Jim Carrey, que usa e abusa de maneirismos e caretas para compor seu personagem. Algumas até funcionam e provocam risadas, mas a grande maioria acaba soando exagerada e sem muito sentido dentro do filme.

A trama é até interessante, em especial as consequências causadas pelos atos egoístas de Carrey como Deus, mas o excesso de caretas e o final com lição de moral embutido acabam atrapalhando. Uma atuação menos exagerada, mais contida, talvez fosse melhor para o filme como um todo. Em relação às participações de Jennifer Aniston e Morgan Freeman, ambos estão apenas corretos em cena. Curiosamente as melhores cenas não são protagonizadas por Carrey, mas sim por Steven Carrell e pelo cachorro, sendo que a última já é exibida no trailer. Apesar de ser um estrondoso sucesso de público, trata-se de um dos filmes mais fracos já estrelados por Jim Carrey."

Mas indepedente das críticas, cabe ao espectador observar que este filme é daqueles que você senta na poltrona com prazer, relaxa, ri comendo pipoca e se sente feliz. Você pensa então: gostei! Tem momentos hilários com Jim Carrey, esse espetáculo de ator (tirando os exageros é claro).Quatro estrelinhas...

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

QUEIME DEPOIS DE LER



Gênero: Comédia Dramática
Tempo: 95 min.
Lançamento: 28 de Nov, 2008
Lançamento DVD: Fev de 2009
Classificação: 14 anos
Distribuidora: Paramount Pictures Brasil

Estrelando: Brad Pitt, George Clooney, Tilda Swinton, John Malkovich, Frances McDormand, Richard Jenkins, Matt Walton, Logan Kulick, Lenny Venito, Tim Miller, Hamilton Willis.
Dirigido por: Ethan Coen, Joel Coen
Produzido por: Eric Fellner, Tim Bevan, Ethan Coen, Joel Coen

Osbourne Cox (John Malkovich) é um agente da CIA expulso da agência que escreve suas memórias contendo detalhes reveladores. Mas o CD no qual o texto está escrito cai acidentalmente nas mãos de dois confusos e atrapalhados funcionários de uma academia de ginástica (Frances McDormand e Brad Pitt), que tentam faturar uma grana em cima das informações que conseguem.

Esse filme conta com excelentes atores. A história mostra um ex agente da cia que ia ser transferido para um cargo inferior mas, em vez disso pede demissão e resolve escrever um livro, sua mulher o trai com outro homem(George Clooney) que vive traindo a mulher dele também, mas ela tambem o trai com outro homem.Aí entra outro casal da academia um espertinho(Brad Pitt) que acha um cd com as informações do livro na academia onde é instrutor e tenta chantagear o ex agente(John Malkovich) daí começa a confusão.Uma comédia para assistir em casa.

Não é dos melhores filmes. Tem um elenco maravilhoso, mas isso não salva o filme, que no meu entender é bem fraquinho. Para os amantes desse gênero de filme que não é nem comédia e nem drama dá até prá engolir. Iluminação boa, montagem fraca e acima de tudo pouca criatividade no roteiro. Enfim,um filme razoável para ser assistido numa tarde de domingo chuvosa e sem outra opção melhor. E aconselho: queime depois de ver. Duas estrelinhas...

terça-feira, 24 de novembro de 2009

JUSTIÇA A QUALQUER PREÇO



Título no Brasil: Justiça a Qualquer Preço
Título Original: The Flock
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Classificação etária: 16 anos
Tempo de Duração: 101 minutos
Ano de Lançamento: 2007
Estréia no Brasil: 12/10/2007
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.: California Filmes
Direção: Wai Keung Lau / Niels Mueller

Elenco:
Richard Gere ... Agent Erroll Babbage
Claire Danes ... Allison Laurie
Ed Ackerman ... Louis Kessler
Dwayne L. Barnes ... Vincent Dennison
Josh Berry ... Deputy
Frank Bond ... Deputy #2
Twink Caplan ... Waitress

Sinopse: O agente Errol (Richard Gere) vigia e visita os acusados por delitos sexuais que saíram da prisão. Prestes a se aposentar, sua substituta Allison (Claire Danes) o acompanhará durante três semanas para aprender o ofício, apesar de não concordar com seus métodos violentos. Durante esse período, uma jovem desaparece e Errol desconfia que o responsável é um de seus ex-prisioneiros.

Este filme é forte. É marcante a capacidade que a máquina cinematográfica norte-americana tem de garimpar talentos no Exterior somente para mastigá-los e descartá-los em Hollywood. O fato pode ser, mais uma vez, comprovado em Justiça a Qualquer Preço, filme que marca a estréia no mercado americano de Lau Wai-keung, diretor dos mais premiados em Hong Kong, mas que desembarca nos EUA, muda seu nome para Andrew Lau e cria apenas mais um filme policial que qualquer cineasta mediano poderia ter feito. Só para lembrar, Lau dirigiu em Hong Kong o famoso Conflitos Internos , que inspirou o premiado Os Infiltrados , de Martin Scorsese.

Em Justiça a Qualquer Preço, o agente Errol (Richard Gere) é um policial obstinado, encarregado de vigiar e visitar todos os acusados por delitos sexuais que saíram da prisão. Prestes a se aposentar (outro clichê), uma de suas tarefas é treinar Alisson (Claire Danes), a agente que será sua substituta.

Como não poderia deixar de ser, os métodos do veterano “linha dura” e da jovem idealista rapidamente entram em conflito, causando uma forte tensão entre ambos. Ou seja, um filme igual a tantos outros, com um roteiro dos mais convencionais escrito por Hans Bauer (de Anaconda, o primeiro e o segundo) e pelo quase desconhecido Craig Mitchell. O diretor Lau não merecia um roteiro melhor ou a idéia é justamente “apagar” lentamente os talentos vindos do Exterior? Totalmente descartável.

Um assistente-social alcoólatra que faz justiça com as próprias mãos. Nos filmes norte-americanos sempre a mesma fórmula: Os bandidos malvados contra os mocinhos heróicos ou anti-heróicos. Como os crimes são hediondos usa-se a atitude do personagem de Gere para justificar tanta violência por parte dele, mostrando assim que só dessa forma se resolve o problema. Merece menção a boa interpretação de Gere que, vamos combinar, tem um charme irresistível. Quando fecha aqueles olhinhos não tem prá ninguém. Um thriller policial que não é lá muito criativo, mas que também não compromete a boa direção de Law.

Gostei da direção como já disse, achei a montagem interessante, a iluminação boa e a interpretação dos atores não interfere em nenhum momento no bom roteiro do filme.

Um filme regular, mas que distrai o espectador a sua maneira... Três estrelinhas.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

BATMAN - O CAVALEIRO DAS TREVAS



Gênero: Ação
Tempo: 152 min.
Lançamento: 18 de Jul, 2008
Lançamento DVD: Nov de 2008
Classificação: 12 anos
Distribuidora: Warner Bros.

Elenco e créditos:

Estrelando: Christian Bale, Michael Caine, Heath Ledger, Maggie Gyllenhaal, Gary Oldman, Aaron Eckhart, Morgan Freeman, Eric Roberts, Anthony Michael Hall, Nestor Carbonell, Melinda McGraw, William Fichtner, Nathan Gamble.
Dirigido por: Christopher Nolan
Produzido por: Christopher Nolan, Charles Roven, Emma Thomas

Dois anos depois, com a presença de Batman (Christian Bale) para defender os moradores de Gotham City, os criminosos têm muito o que temer. O Homem-Morcego, com a ajuda do tenente Jim Gordon (Gary Oldman) e do promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart), lutará contra o crime organizado, comandado por seu arquiinimigo, o Coringa (Heath Ledger).

Quando vi Batman Begins, num primeiro momento fiquei surpresa com a força dada ao personagem de Bruce. Vi um morcego bem diferente dos anteriores. Nos outros filmes adorei mesmo foi Jack Nickoson. Ai veio a sequencia. E o meu receio maior era que o Coringa voltasse. Vamos combinar que a versão do arquinimigo do Batman, feita por Jack é única e maravilhosa. Mas o que eu vi no cinema foi simplesmente o melhor filme de super heróis que já assisti, e um dos melhores de todos os gêneros.O filme tem história, tem dinâmica,parece que acontece em tempo real. Diferente do que se pensava, ou do que era mostrado, Bruce que é a identidade secreta do Batman e não ao contrário. A justiça e a coragem de Bruce mostra um Batmam espetacular, e esconde tudo isso na pele de um playboy. E o Coringa estava maravilhoso, insano, louco, psicopata e assustador. Como pano de fundo um conflito ético posto aos cidadãos de Gotam. Além de um herói bem mais simpático que as versões anteriores, vi um super herói devotado, um vilão maníaco que dava medo em vez de ser engraçado e o povo da cidade teve que mostrar serviço dessa vez. O filme envolveu todo o universo de Batman. Incrível. Muito bom mesmo!

A direção não morcegou, os efeitos especiais na medida certa, a montagem com sequências coerentes e uma iluminação perfeita. Sem contar que esse filme não teve coadjuvantes, o que na minha opinião é raro nos filmes de hoje. Esse é o Batman que eu recomendo. Enfim, o melhor de todos. Cinco estrelinhas!

domingo, 22 de novembro de 2009

GRAN TORINO



Gênero: Drama
Tempo: 117 min.
Lançamento: 20 de Mar, 2009
Lançamento DVD: Jun de 2009
Classificação: 14 anos
Distribuidora: Warner Bros.

Estrelando: Clint Eastwood, Geraldine Hughes, John Carroll Lynch, Cory Hardrict, Dreama Walker, Brian Haley.
Dirigido por: Clint Eastwood
Produzido por: Clint Eastwood, Bill Gerber, Robert Lorenz

Sinopse: O funcionário aposentado da indústria automotiva Walt Kowalski (Clint Eastwood) é um veterano da Guerra da Coréia. Ele preenche seus dias fazendo consertos em casa, tomando cerveja e com visitas mensais ao barbeiro. Inflexível e com determinação inabalável, vive num mundo em transformação e se vê forçado pelos vizinhos imigrantes - que acabam de se mudar, vindos do Laos - a confrontar seus próprios preconceitos.

Pude perceber neste filme uma vontade tremenda de fazer o espectador se confrontar com aquilo de pior que mora dentro dele: o preconceito.

Extremamente cruel o personagem principal começa demonstrando sua personalidade após a perda da sua esposa. Odiando, aparentemente, os imigrantes que vivem ao seu redor no bairro em que mora e sendo alvo constante de seus filhos para que abandone a casa e vá para o asilo, pois querem tomar posse da mesma Walt passa aos poucos a se preocupar com a vida de seus vizinhos e passa a ser uma espécie de segurança e conselheiro de todos, pois ronda a sua volta a violência e o terror.

Passa a ser amado por todos, mas a medida que isso acontece ele vai observando que tem mais a ver com os vizinhos do que com sua própria família. É nesse enredo que o filme toma retomada no sentido de trazer ao espectador a questão do que realmente importa. A amizade sincera dos amigos ou uma família esfarelada e interesseira?

O Gran Torino é o nome do carro de Walt que, ironicamente, é o tema central do filme. Walt ajuda o rapaz oriental que tentou roubar esse carro ficando amigo dele. Interessante também é o seu relacionamento com o barbeiro, brusco, mas engraçado.

Se tornando uma espécie de justiceiro Walt se humaniza cada vez mais, não imaginando que está mexendo com gente muito perigosa. Suas conversas com o Padre são imperdíveis. Acho que poderia ter havido mais cena dos dois. Impacável os diálogos entre eles.

O final é muito triste, porém, imperdível. Entrando em cena um pouco da hipocrisia humana. Choro dos familiares.

Espetacular como sempre a atuação desse extraordinário ator Clint Eastwood. Montagem perfeita. A direção do filme como não podia deixar de ser é excelente, pois é dirigido por Eastwood, que entende tudo de direção. No mais é só curtir esse maravilhoso filme, cuja mensagem é bem significativa. Cinco estrelinhas.

sábado, 21 de novembro de 2009

EM BUSCA DA TERRA DO NUNCA



Título original: Finding Neverland
Gênero: Drama
Ano: 2004
País de origem: Reino Unido, Estados Unidos
Distribuidora: Lumière
Classificação: livre
Língua: Inglês
Cor: Colorido
Diretor: Marc Forster
Duração:106 min. / corTítulo Original:Finding Neverland

Elenco:
Johnny Depp, Kate Winslet, Dustin Hoffman, Julie Christie, Radha Mitchell, Freddie Highmore, Joe Prospero, Nick Roud, Luke Spill, Ian Hart

Sinopse: O filme relata as experiências de J.M.Barrie, autor do clássico "Peter Pan", que o levaram a escrever a obra infantil. Ele conhece quatro crianças sem pais. Do tempo que passa com elas, ele escreve a história sobre crianças que não querem crescer.

Em Busca da Terra do Nunca vale a pena ser visto e tem tudo para virar um clássico do estilo que arranca lágrimas do público.

Estamos em 1903. James Barrie já é um dramaturgo respeitado que conta com o apoio entusiasmado do produtor Charles Frohman (Dustin Hoffman), mas está perdendo a calma sobre sua última peça.

"Sinto que eu poderia fazer melhor", ele admite. Barrie é escocês, mas não tem nada de sóbrio ou melancólico, como o estereótipo de seus conterrâneos. Pelo contrário. Ele deixa de lado sua bela esposa, Mary (Radha Mitchell), para levar seu cão Porthos para passear no parque.

Certo dia, enquanto está no parque, Barrie conhece uma família de quatro garotos e sua mãe, a viúva Sylvia (Kate Winslet).

Sintonizando-se de imediato com as brincadeiras de fantasia dos meninos, Barrie monta um "show" para eles, fazendo de conta que Porthos é um urso. "Que absurdo!" comenta um dos garotos. "Ele é apenas um cachorro."

"Apenas!", responde Barrie, revoltado. "Essa é uma palavra terrível, capaz de apagar uma vela." Ele então começa a dançar com o "urso", e a cena vira um picadeiro de circo, com animais, palhaços e mímicos.

A imaginação infantil do escritor cria uma conexão imediata com os meninos órfãos. Barrie logo começa a passar a maior parte de seu tempo com a família, participando das brincadeiras dos meninos, observando-os e fazendo anotações.

Cria-se um conflito não apenas com sua mulher, que, sentindo-se cada vez mais distante do escritor, procura um amante, mas também com a desagradável mãe de Sylvia, representada por Julie Christie.

As pessoas já comentam à voz pequena, não apenas pelo fato de Barrie passar tanto tempo com a bela viúva, mas também por ser um homem adulto que fica na companhia de quatro meninos.

Mas Barrie é tão inocente quanto Peter Pan, embora exista uma história de seu passado que o afete profundamente. Muitas dificuldades ainda estão pela frente, e Sylvia adoece com algo que parece ser bem mais grave do que uma simples tosse.

Meninos pequenos não deveriam ir para a cama nunca", diz Barrie. "Quando acordam, estão um dia mais velhos, e, antes que você se dê conta do que aconteceu, já viraram gente grande."

Peter Pan foi a primeira grande obra mundial de entretenimento infantil. O diretor Marc Forster mostra sua criação com grande afeto e atenção aos detalhes. Seu trabalho com os garotos - especialmente Freddie Highmore, no papel de Peter - é notável; eles competem em pé de igualdade com Johnny Depp pela atenção do espectador.

O filme baseia toda a sua magia, de forma acertada, na inclusão da fantasia em um drama completamente humano e normal. Quem não gostaria de voltar a ser criança?

Os cenários são extremamente bem escolhidos, mostrando uma Londres bem diferentes da feia e melancólica cidade que é sempre retratada. Até campos verdes são vistos e, quando mostrados na tela chamam a atenção do espectador pela sua magnífica beleza.

Um filme de uma doçura ímpar, nunca exagerada na medida exata. Para ser assistido com a criançada. Apesar de ser um drama, tem momentos engraçados, alegres... Como por exemplo na cena do picadeiro onde aparecem animais, palhaços...

A iluminação é boa, montagem excelente. Só afirmo que achei o filme com um roteiro fraco, mas isso é irrelevante diante das interpretações de Depp que é um dos atores mais competentes de Hollywood e de Hoffman que é um ator já super renomado e o seu personagem foi muito bem como sempre.

Acima de tudo está o entretenimento, pois esta proposta "Em Busca da Terra do Nunca" cumpre, sem nenhuma dúvida nenhuma, muito bem. Três estrelinhas.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ



Onde os Fracos Não Têm Vez
titulo original: (No Country for Old Men)

lançamento: 2007 (EUA)
direção: Ethan Coen , Joel Coen
atores: Tommy Lee Jones , Javier Bardem , Josh Brolin , Woody Harrelson , Kelly Macdonald
duração: 122 min
gênero: Drama e Suspense
duração:02 hs 02 min
ano de lançamento:2007
estúdio:Paramount Vantage / Miramax Films / Mike Zoss Productions / Scott Rudin Productions
distribuidora:Miramax Films / Paramount Pictures
direção: Ethan Coen, Joel Coen
roteiro:Ethan Coen e Joel Coen, baseado em livro de Cormac McCarthy
produção:Ethan Coen, Joel Coen e Scott Rudin
música:Carter Burwell
fotografia:Roger Deakins
direção de arte:John P. Goldsmith
figurino:Mary Zophres
edição:Ethan Coen e Joel Coen
efeitos especiais:Luma Pictures / Tinsley Transfers

Texas, década de 80. Um traficante de drogas é encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, Llewelyn Moss (Josh Brolin), que pega uma valise cheia de dinheiro mesmo sabendo que em breve alguém irá procurá-lo devido a isso. Logo Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado em seu encalço. Porém para alcançar Moss ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).

O filme começa com a prisão do matador. Entre seus pertences, um cilindro de ar comprimido, que não demora para entendermos como funciona, e para que. Paralelamente, acompanhamos Llewelyn no descampado texano, caçando cervos. O fato de Llewelyn errar o tiro e não conseguir abater o animal ao mesmo tempo em que Chigurh vara o cérebro de sua vítima sem deixar provas é o primeiro dado que o filme nos dá para evidenciar o abismo que separa os dois personagens. Temos o assassino perfeito versus o errante sujeito sem dons, e o suspense começa quando o primeiro passa a perseguir o segundo.

Há um MacGuffin aí no meio, uma mala com 2 millhões de dólares, mas, como todo MacGuffin, ela vale tudo para os personagens e não significa absolutamente nada para o espectador. O que vale para nós é o embate de Chigurh com Llewelyn, o homem-mito contra o homem-real.

O xerife interpretado por Tommy Lee Jones entra aí como mediador. A ele cabe não apenas hiperbolizar a lenda de Chigurh como manter no chão o mundano Llewelyn. A questão da oralidade é fundamental na construção das lendas de faroeste, e Onde os Fracos não Têm Vez respeita essa lógica - no mais, a oralidade, frequentemente expressa na figura de um narrador, é ponto importante na filmografia dos Coen. Nas cenas na delegacia e no café, o xerife e seu subalterno trocam histórias tão sangrentas e bizarras quanto essa que estamos acompanhando na tela - o que é uma forma de mitificá-la ainda mais.

Que o clímax do filme nos seja apresentado em uma elipse anti-climática (o desfecho do embate visto pelos olhos do xerife) é o ponto máximo da construção da lenda. Para a posteridade ficará somente a versão das testemunhas, como em O Homem que Matou o Facínora.

No mais, há por trás do jogo de versões e perspectivas todo um contexto de época. O filme é uma adaptação do romance homônimo de 2005 do estadunidense Cormac McCarthy, que ambienta a história no Texas de 1980. Não é, vale repetir, o mesmo Velho Oeste dos colonizadores. James Stewart representava em 1962 a vitória do civilizador sobre o selvagem - o tema da superação do homem sobre o ambiente, enfim, que percorre todo o faroeste em seu período clássico. Já Onde os Fracos não Têm Vez é a desconstrução niilista do herói mítico porque hoje a civilização perdeu, os heróis perderam, o ambiente venceu.

Boa sorte a Llewelyn Moss contra o seu Liberty Valance.

» Ganhou 4 Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro Adaptado. Foi indicado nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Edição de Som.

"Na minha opinião peca apenas nas conversas desnecessárias, que assim aumenta o tempo do longa, passando de 2 horas de duração. Tirando isso, o filme é imperdível."

Será que as pessoas em geral tem medo de contrariar o Oscar? Será que os bandidos nos EUA ñão são punidos? Essa é a dúvida que esse filme nos passa.

Enfim, gostei da ágil direção dos Coen, vestuário perfeito, roteiro sem muita criatividade, porém dá prá entreter o espectador. Gostei da interpretação de Lee Jones (apesar de não ser uma fã, digamos assim ardorosa, deste ator renomado). A montagem é correta e com sequências bem coerentes.

Esse filme é uma investida ousada dos irmãos Coen em um faroeste moderno. É difícil definir se há realmente mocinhos na história.

Aliás, histórias, pois o filme apresenta-nos três. A primeira segue o sociopata Anton Chigurh (Javier Bardem) provocando uma verdadeira carnificina no deserto do Texas. A segunda apresenta-nos Llewelyn Moss (Josh Brolin), caçador e veterano de guerra que depara-se com o resultado de um confronto de uma operação com drogas mal sucedida e acaba encontrando uma maleta com 2 milhões de dólares. E finalmente a terceira, que envolve o sherife Ed Bell (Tommy Lee Jones), um homem metódico que parece sempre estar um passo atrás dos outros dois. Essas três histórias, claro, se cruzam. Chigurh está tentando recuperar o dinheiro das drogas em poder de Moss enquanto o sherife investiga os passos de ambos.

O ator espanhol Javier Barden como o sociopata Chigurh sem demonstrar simpatia e indiferença marcante seu personagem com selvageria pronto para matar. Na essência Onde Os Fracos Não Tem Vez é um filme bastante violento, mas que por ironia lança-nos à uma reflexão curiosa sobre a morte e sobre a natureza do homem mal, tornando esse exercício algo difícil de ignorar.

A cena final caiu muito bem. Não cabe eu fazer comentários sobre ela, pois perde a graça. O filme lança mão de recursos de efeito visuais interessantes e bem feitos. 4 estrelinhas.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

TRÊS VEZES AMOR



Título Original: Definitely, Maybe

Gênero: Comédia Romântica
Tempo: 112 min.
Lançamento: 25 de Abr, 2008
Lançamento DVD: Jul de 2008
Classificação: 12 anos
Distribuidora: Universal

Elenco e créditos:
Estrelando: Ryan Reynolds, Isla Fisher, Elizabeth Banks, Rachel Weisz, Abigail Breslin, Kevin Kline, Kevin Corrigan, Derek Luke, Alexie Gilmore, Annie Parisse, Nestor Serrano, Cheryl Cosenza.
Dirigido por: Adam Brooks
Produzido por: Tim Bevan, Eric Fellner

Sinopse:
Will Hayes está passando por um processo de divórcio. Sua filha de dez anos, Maya, começa a questioná-lo sobre como era sua vida antes do casamento. A pequena quer saber sobre absolutamente todos os detalhes de comos seus pais se conheceram e se apaixonaram. Will acaba se recordando de muitas coisas, inclusive de outros relacionamentos do passado.

Três Vezes Amor é mais uma comédia romântica, daquela em que os mais românticos e idealistas podem sair da sala pensando: “isso nunca vai acontecer na minha vida”. Mas, afinal, cinema é para isso também, realizar na tela o que a gente não consegue na vida real.

Na trama, dirigida por Adam Brooks – de comédias como Bridget Jones - No Limite da Razão e Wimbledon - O Jogo do Amor -, Will Hayes (Ryan Reynolds) está se divorciando. Sua filha de dez anos, Maya (Abigail Breslin), começa a questioná-lo sobre como era sua vida antes do casamento. A pequena quer saber todos os detalhes de como seus pais se conheceram e se apaixonaram. Will começa então um jogo, no qual promete para filha contar sobre todos os seus relacionamentos do passado, mas ela terá de adivinhar qual das namoradas é sua mãe.

Intercalando os casos, namoros e beijos do protagonista com as belas atrizes Isla Fisher, Elizabeth Banks e Rachel Weisz, o filme é um pouco cansativo. Afinal, passa por 16 anos da vida de Will e parece que não se desenvolve. Além disso, soa falso demais. Mesmo que tenhamos esperança de encontrar um grande amor ou acreditar que um antigo relacionamento pode voltar a dar certo, nada é tão perfeito quanto o ir e vir dos romances nesse filme. O protagonista “quebra a cara” algumas vezes, mas mesmo assim consegue ser feliz no final.

O destaque é a pequena Abigail. Apesar de sua participação ser menor do que em Pequena Miss Sunshine, comédia pela qual até ganhou uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, ela tem um carisma enorme, que consegue divertir e comover o espectador. No começo do filme, ela tem sua primeira aula de educação sexual e, quando o pai vai buscá-la na escola, começa a lhe fazer perguntas cabulosas, com aquele jeitinho de menina crescida que só ela sabe fazer.Mesmo assim, ainda preserva o seu lado ingênuo e está sofrendo com a separação dos pais. Três Vezes Amor é mais um filme do gênero “água com açúcar” para quem quer se divertir. Só cuidado para não se iludir com qualquer romance do cinema.

Um filme raro, daqueles que desde seu início você acha uma coisa e ao final dele você descobre outra. Um filme que te prende desde do início, com um toque de risadas e um pouco de romance, tornando-o um filme indicado para toda a família.

Achei um ótimo filme, mostra o amor sem fantasias, e como ele é complicado para todas as partes.

O filme é um tanto quanto cansativo já que não tem momentos de ação ou comédia. Porém o elenco cumpriu bem o seu papel. O Ryan Reynolds mais uma vez encarnou totalmente o personagem transparecendo o sentimento dele. Brelin tem um futuro brilhante pela frente. Nos mostra a sensibilidade que as crianças possuem, pois às vezes nós não as levamos a sério.

Roteiro bom, montagem adequada ao enredo, ótima iluminação, boa a interpretação dos atores principais. E como já disse recomendo prá toda a família. Três estrelinhas.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

UMA HISTÓRIA DE AMOR



Título Original: Dedication
Origem: EUA
Ano: 2007
Diretor: Justin Theroux
Elenco: Billy Crudup, Mandy Moore, Tom Wilkinson, Christine Taylor, Bob Balaban, Cassidy Hinkle, Amy Sedaris, Dianne Wiest, Martin Freeman.

Duração: 95 min.
Gênero: Romance
Distribuidora: Califórnia

Sinopse:
Um anti-social e emocionalmente complexo autor de livros infantis de sucesso é forçado a trabalhar com uma bela ilustradora, depois que seu melhor amigo e colaborador criativo morre. Enquanto Henry Roth luta para deixar os fantasmas de amor e vida irem embora, ele descobre que talvez seja necessário um pouco de dedicação.

O primeiro ato de “Dedication”, que marca a estréia na direção do ator Justin Theroux (conhecido pelo papel em “Cidade dos Sonhos” e pela participação na quarta temporada de “Six Feet Under”), tem um objetivo puro e claro: mostrar que existe algo de errado com o escritor de livros infantis Henry Roth (Billy Crudup). Quando está ansioso e nervoso, ele dorme com algo pesado em cima dele. Teve a inspiração para o seu livro mais famoso ao assistir a um filme pornô no cinema. Quer se livrar da namorada (Christine Taylor) porque ainda não se sente pronto para casar. E, principalmente, sua personalidade é tão difícil e excêntrica que ele não consegue se relacionar bem com as pessoas que estão ao seu redor, com uma única exceção: o ilustrador Rudy Holt (Tom Wilkinson). Quando Rudy está prestes a morrer, deixa uma última mensagem ao melhor amigo: “termine o livro e encontre a garota certa”.

Apesar de ser totalmente o oposto de Henry Roth, Lucy Reilly (Mandy Moore, num dos papéis mais diferentes de sua carreira) também está bastante machucada e arredia. Ela acabou de terminar um relacionamento com Jeremy (Martin Freeman) e está por um fio de ser despejada de casa pela própria mãe (Dianne Wiest) por causa dos constantes atrasos no aluguel. Quando recebe a proposta de Arthur Planck (Bob Balaban) para ser a ilustradora do novo livro de Henry, Lucy não está somente interessada no dinheiro que o emprego lhe dará; e sim, está em busca da oportunidade de trabalhar com alguém que é realmente muito bom no que faz.

Em “Dedication”, iremos assistir ao que acontece no decorrer das três semanas em que Henry e Lucy se reúnem para trabalhar juntos. O roteiro do filme, que foi escrito pelo estreante David Bromberg, pode parecer, a princípio, uma obra muito pessimista; mas, na realidade, “Dedication” possui uma mensagem bastante otimista e que é apresentada de uma maneira muito bonita por Justin Theroux e elenco. O que iremos perceber é que o encontro entre estes dois personagens não aconteceu por acaso. Ele é somente uma conseqüência de outra frase que Rudy deixou para Henry no seu leito de morte: “a vida é um salto único para a felicidade”.

Gostei muito desse filme. Gostei da estréia do Justin Theroux na direção de um longa-metragem.

O filme flui naturalmente. Há cenas densas, mas não foge nunca do seu objetivo. Theroux dirige com muita responsabilidade.

Destaque para Wilkinson, Wiest e Mandy Moore(sou fã dessa cantora fabulosa e ótima atriz). Estão muito bem.

O roteiro é, digamos assim, meio que alucinado. Temos que acompanhar atentamente, porque senão nos perdemos e acabamos por não entender certas mensagens. Isto torna o filme extraordinário. Prende o espectador de uma forma espetacular. Não dando tempo nem para raciocinar em certas tomadas, tal a agilidade das cenas.

A iluminação é ótima, roteiro muito bom. Gostei mesmo foi da montagem que é excelente. Enfim um filme que a gente não esquece. Não é cansativo. Cinco estrelinhas com folga...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A LULA E A BALEIA

The Squid and the Whale

Gênero: Comédia
Duração: 81 min.
Ano: EUA - 2005
Distribuição: Samuel Goldwyn Films LLC / Columbia Pictures
Direção: Noah Baumbach

A LULA E A BALEIA- O ponto crucial é o conflito. Conflito que envolve a história de uma família, mas também e, fundamentalmente, narra a história da construção de um caráter.

Bernard e Joan Berkman, vividos respectivamente por Jeff Daniels e Laura Linney (ambos em atuações excelentes), resolvem que vão se separar. Foram dezessete anos de uma união que ao que tudo indica sobreviveu aos trancos e barrancos. Um casamento marcado pela ausência, silêncio, traição e egocentrismo. Ele professor universitário e escritor que há anos não consegue vender um livro para alguma editora. Ela, pelo contrário, em franca ascensão em sua carreira literária.

E é aí que a história encontra seu plano dramático, na forma que essa separação vai repercutir nos dois filhos do casal: Walt (Jesse Eisenberg) e Frank (Owen Kline).
Walt, verdadeiro protagonista da história, é um adolescente inebriado pelo conhecimento intelectual de seu pai, convencido desde sempre que um homem deve conhecer as grandes obras da literatura e do cinema mundial. É, sobretudo, um chato que cita obras de grandes autores, sem nunca ter lido, indeciso quanto ao rumo que sua vida deve tomar, que vive a sombra de seu pai.

O caçula Frank tenta agradar aos pais (em especial a mãe) sempre que tem oportunidade, desenvolvendo comportamentos reprováveis em decorrência do divórcio.
Dirigido e escrito por Noah Baumbach, A Lula e a Baleia – indicado ao Oscar 2006 de Melhor Roteiro Original – é entre outras coisas uma narrativa autobiográfica.
Diretor e Walt são uma única pessoa, o conflito é o mesmo: a busca por uma identidade própria. A personagem atravessa todo o filme contraponto situações e definindo sua moral. Plagiador da música “Hey You” do Pink Floyd, jovem preocupado com seu futuro, marionete paterno, vítima de seu ego são fragmentos de uma personalidade que culmina, por meio do desfecho milimétrico da película, num arremate primoroso.

A metáfora ganha corpo e a cena da luta entre os dois animais evocados no título do filme desnorteia o público ao suspender o resultado desse embate para o plano da vida real.

"Eu?... Eu estou só à espera que a chuva pare..." respondeu o menino, lançando um olhar à sua volta, como que a indagar sobre a existência daquele mar, até então desconhecido.

"A chuva não vai parar... Eu estou aqui desde sempre... Sozinha... Fiz desta massa azul a minha casa e nunca encontrei ninguém por aqui... És a primeira pessoa que cá vem... Estás perdido?"

O menino apercebeu-se da realidade... Estava perdido dentro de si mesmo...

"Sim... Quis tentar conhecer-me melhor, mas até agora...", disse, com uma voz trêmula.

"É verdade... É sempre assim... Não interessa muito aquilo com que se começa... Termina-se sempre com muito menos... E tu. Perdido dentro de ti... É normal. Nunca cá tinhas vindo... Não sabias nada sobre o teu interior, sobre quem na verdade és... Ainda não sabes, é certo, mas começas a perceber que as coisas não são o que parecem... Por exemplo... A chuva... Sabes porque não vai parar? Porque aqui não chove. Este lugar não existe, logo não pode chover aqui... Isso foi só uma metáfora que conseguiu fugir ao narrador, uma forma de dizeres que, na verdade, estás apenas à espera de algo que te faça parar de chorar... E sim, tens razão... Este mar não existia. Eu, sim. Mas o mar não... Formou-se com as tuas lágrimas... Não aquelas que saíram de ti, essas perderam-se no mundo real. Mas todas aquelas que não choraste, caíram para dentro de ti e foram formando rios, lagos... Até crescerem e formarem a minha casa. E eu, deves perguntar-te... Mas afinal quem sou eu? Eu sou só uma outra parte de ti... A tua parte eterna, a parte que sobrevive sempre, a tua essência... Por isso concentra-te, respira fundo, e pergunta-me tudo o que quiseres saber sobre ti..."

O menino não queria acreditar... Finalmente tinha chegado ao sítio onde queria ir... A resposta às suas perguntas, a verdade sobre a sua vida... Respirou fundo. O olhar sábio da baleia trazia-lhe confiança.

Esse filme me lembra O Pequeno Príncipe. Ótimo filme. Toda a trama gira em torno de sonho e realidade. E é nesse embate que vamos tendo a certeza de que o mundo não gira em torno de nós, mas que gostaríamos que assim o fosse.

A direção é perfeita, os atores magníficos.Iluminação perfeita. A montagem é ótima.

Quem dera a nossa vida fosse uma comédia. Quanta alegria não haveria de ser?
Cinco estrelinhas do mar...

domingo, 15 de novembro de 2009

O PRESENTE



Título Original: The Ultimate Gift
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 114 min
Ano de Lançamento: 2006

Elenco:
James Garner ... Howard 'Red' Stevens
Bill Cobbs ... Sr. Theophillis 'Ted' Hamilton
Lee Meriwether ... Miss Hastings
George Lee ... Pastor
Brett Rice ... Bill Stevens
D. David Morin ... Jack Stephens
Abigail Breslin ... Emily Rose
Ali Hillis ... Alexia
Drew Fuller ... Jason Stevens
Mircea Monroe ... Caitlin
Donna Cherry ... Sarah Stevens
Catherine McGoohan ... Ruth Stevens
Mark Joy ... Bill's Lawyer
Mel Fair ... Jack's Lawyer
Alecia Brady Curcuru ... Bill's Wife

Trilha Sonora
“The Ultimate Gift”

Sinopse: Jason acabou de perder o avô bilionário que sempre odiou e estava certo de que não herdaria nada. Mas se enganou: "Red" Stevens (James Garner) deixou 12 tarefas para Jason, ao fim das quais ele será avaliado e, se merecer, terá direito ao que Red chama de "o maior de todos os presentes". Cada uma dessas tarefas tem o objetivo de promover alguma mudança em Jason, mas nenhuma terá tanta força quanto o encontro casual com a pequena Emily (Abigail Breslin).

Amigos verdadeiros são os maiores valores que temos em nossas vidas. Este filme é uma lição de vida, especialmente para pessoas que não sabem que há mais prazer em dar do que em receber.

Nos faz refletir sobre nossas vidas, e pensar o que realmente queremos dela, pois o dinheiro não é tudo. Jason era vazio até receber os presentes e descobrir o amor e a partir daí repensou a vida e seus valores mudaram.

Gostei da iluminação e da montagem. A trilha sonora é muito boa também. Excelente a atuação dos atores e em particular de Fuller. Filme simples e com muita força e objetividade em sua mensagem. A direção esteve perfeita e nunca deixando cair o clima formado nas cenas, que é de emoção. Muito bom. Simplesmente cinco estrelinhas.

sábado, 14 de novembro de 2009

CEGUEIRA



Ficha Técnica
Título original: Blindness
Gêneros:Drama, Mistério, Romance, Suspense
Tempo: 121 min

Ano:
2008
Direção:
Fernando Meirelles
Roteiro:
Don McKellar
José Saramago
Elenco:
Elenco:
Mark Ruffalo (Médico)
Julianne Moore (Esposa do médico)
Alice Braga (Garota com óculos escuros)
Yusuke Iseya (Primeiro homem cego)
Yoshino Kimura (Esposa do primeiro cego)
Don McKellar (Ladrão)
Maury Chaykin (Contador)
Mitchell Nye (Garoto estrábico)
Danny Glover (Velho com o tapa-olho/Narrador)
Gael García Bernal (Vigilante)
Scott Anderson (Presidiário obediente)
Isai Rivera Blas (Homem da repartição 3)
Jackie Brown (Homem da repartição 2)
Martha Burns (Mulher com insônia)
Joe Cobden (Policial)

Uma inédita e inexplicável epidemia de cegueira atinge uma cidade. Chamada de "cegueira branca", já que as pessoas atingidas apenas passam a ver uma superfície leitosa, a doença surge inicialmente em um homem no trânsito e, pouco a pouco, se espalha pelo país. À medida que os afetados são colocados em quarentena e os serviços oferecidos pelo Estado começam a falhar as pessoas passam a lutar por suas necessidades básicas, expondo seus instintos primários. Nesta situação a única pessoa que ainda consegue enxergar é a mulher de um médico (Julianne Moore), que juntamente com um grupo de internos tenta encontrar a humanidade perdida.

Ensaio sobre a Cegueira (Blindness, em inglês) é um filme de 2008 produzido por Japão, Brasil e Canadá, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles e com roteiro baseado no livro do mesmo título do Prémio Nobel português José Saramago. O filme abriu o Festival de Cannes de 2008.

O filme foi rodado em Toronto, no Canadá, em São Paulo e Osasco no Brasil e em Montevidéu no Uruguai. Baseado no livro de 1995 de José Saramago, uma epidemia de cegueira prolifera-se por uma cidade moderna, resultando no colapso da sociedade.

Em Ensaio Sobre a Cegueira, Fernando Meirelles mostra como poderia a sociedade, tida como civilizada, desmoronar-se, caso ficasse exposta a uma eventual epidemia de cegueira branca, em decorrência da qual começassem a lhe faltar as condições de conforto e de segurança, a que está normalmente habituada.

É evidente que não cabe comparação do filme com a obra literária. Primeiro, porque as linguagens são diferentes. E, segundo, porque Saramago - grande prosador e clássico estilista, mas incerto como filósofo - se manifestou de acordo com a adaptação, difícil, por sinal, de ser realizada. Essa atira para todos os lados, em termos ficcionais, a fim de atingir um certo alvo, isto é, sugerir sentido para a metafórica cegueira branca, leitosa, que contamina a sociedade, como se fora uma peste.

Cegueira nos faz enxergar além do que estamos acostumados. Em cada cena observo a tendência desse filme em nos mostrar a fragilidade humana, tal como ela é. Mostra seres humanos completamente indefesos e cegos de todas as formas.

Talvez, o português Saramago tenha encontrado a fórmula certa para nos mostrar quem realmente somos. E o diretor brasileiro Meirelles soube aproveitar essa delicadeza a que estamos todos expostos. Quer seja com a cegueira dos olhos, quer seja com a cegueira do coração.

Gostei do filme. A proposta do filme foi bem conduzida pela direção. Não posso deixar de comentar um fato que aos poucos todos estão percebendo: - O EUA estão abrindo, para nós latinos, mercado de trabalho na área cinematográfica. É pena que temos poucos artistas brilhando na tela grande lá fora. Destaque somente para Alice Braga (que nesse filme é a moça dos óculos escuros) e mais recentemente Rodrigo Santoro. Em termos de direção Meirelles já é respeitado lá fora por seus trabalhos anteriores. Todos muito bem vistos por Hollywood.

No geral "Cegueira" nos mostra os nossos medos e desequilíbrios. Quando acuados somos capazes de coisas absurdas e até animalescas. Mostra a decadência humana.Questionador sim, mas sem papo cabeça, porque aí seria muito chato. A função de aprofundar mais fica por conta do livro.

Final coerente para esse bom filme: "Eles iriam enxergar novamente. Dessa vez todos irão enxergar de verdade...". Com certeza iriam enxergar de uma maneira diferente. Quatro estrelinhas.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

O PIANISTA



Direção:Roman Polanski
Ano:2002 País:França, Alemanha, Inglaterra, Polônia
Gênero:Drama, Guerra, Musical
Duração:150 min. / cor Título Original:The Pianist

Elenco:
Adrien Brody, Thomas Kretschmann, Frank Finlay, Maureen Lipman, Emilia Fox, Ed Stoppard, Julia Rayner, Jessica Kate Meyer, Michal Zebrowski, Wanja Mues

Sinopse:
Pianista judeu testemunha as restrições que os nazistas impõem ao seu povo na capital polonesa, culminando com a criação do gueto de Varsóvia. Quando sua família é levada para os campos de concentração, ele consegue escapar da deportação e esquiva-se da captura escondendo-se nas ruínas do gueto.

Um filme cujo silêncio grita de uma forma inquietante. Embora o tema do filme seja tão comum no mundo do cinema, com tantos filmes sobre o holocausto, Polanski nos transmite de forma diferente o assunto.

Superação, fé, entre outras adversidades, "O Pianista" é um filme que comove mesmo os mais fortes e é uma grande obra de arte. É um grande clássico do cinema.

Um filme que mostra ao espectador que, mesmo sob a adversidade e tristezas, existe esperança...

Foi feito para todos nós pararmos e refletirmos sobre o nosso dia-a-dia. Feito sob medida para darmos a todo momento valor ao que temos. Um filme comovente, fiel as bárbaries dos nazistas, e ainda assim, belo.

Uma coisa é se retratar a violência nazista e a outra é retratar a violência nazista com uma certa dose de lirismo. Isso só mesmo Polanski para realizar. O melhor filme de Polanski.

Não me aprofundarei em comentários maiores sobre "O Pianista". Gostei tanto desse filme que poderia correr o risco de contar ele todo e aí perderia, com certeza, toda a graça.

No geral todos os atores estiveram muito bem. Adrien Brody teve atuação impecável.

A iluminação e montagem perfeitas. Gostei do roteiro.A fotografia é muito adequada ao enredo. Um filme inesquecível, tamanha a força de sua mensagem. Mensagem de fé.

CINCO ESTRELINHAS BRILHANTES. VALE A PENA ASSISTIR. FILME MARAVILHOSO.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

AMNÉSIA



Amnésia
titulo original: (Memento)
lançamento: 2001 (EUA)
direção: Christopher Nolan
atores: Guy Pearce, Carrie-Anne Moss,Joe Pantoliano,Mark Boone Junior,Stephen Tobolowsky
duração: 120 min
gênero: Drama

título original:Memento
gênero:Drama
duração:02 hs 00 min
ano de lançamento:2001
site oficial:http://www.otnemem.com
estúdio:Newmarket Capital Group / Team Todd
distribuidora:Newmarket Capital Group / Summit Entertainment
direção: Christopher Nolan
roteiro:Christopher Nolan, baseado em estória de Jonathan Nolan
produção:Jennifer Todd e Suzanne Todd
música:David Julyan
fotografia:Wally Pfister
direção de arte:
figurino:Cindy Evans
edição:Dody Dorn

SINOPSE:

Um ladrão ataca um casal, terminando por matar a mulher e deixando o homem à beira da morte. Porém, ele sobrevive e a partir de então passa a sofrer de uma doença que o impede de gravar na memória fatos recentes, o que faz com que ele esqueça por completo o que acontece poucos instantes antes. A partir de então ele parte em uma jornada pessoal a fim de descobrir o assassino de sua mulher para poder vingá-la.

Muito bom! A história contada de trás para frente faz com que você tenha que prestar muita atenção ao que acontece na tela, até porque não estamos acostumados em ver os acontecimentos na ordem inversa, o que faz com que o início seja na verdade o final do filme e vice-versa. A direção de Christopher Nolan e a edição também são ótimas. Um filme muito bom, que merece ser assistido com muita atenção para que possa se compreender bem a história. O roteiro é perfeito e super inovador. A idéia de se fazer um filme contado de trás prá frente é bem diferente.

Me pergunto se fosse na ordem cronológica correta. Seria esse filme tão interessante?
Adoro ver filmes que se atrevem a inovar. Esse é o caso de "Amnésia". O que não me conforta muito é o título que os tradutores deram a esse filme. Nada a ver com a história em si.

Enfim, gostei da atuação de Pearce que considerei muito boa mesmo! Iluminação e montagem excelentes. Adorei as músicas.

Tudo que é inovador na área de entretenimento é bem-vindo, pois percebe-se por parte dos produtores e diretores a vontade de mudar, de renovar. E com isso todos ganhamos, principalmente o espectador que nesse caso fica sempre na expectativa de novidades que acontecem sim a cada cena e em cada sequência, sem ser cansativo.

As estrelinhas brilham para esse filme. Cinco estrelinhas...

terça-feira, 10 de novembro de 2009

O PROCURADO


Informações Técnicas:
Título no Brasil: O Procurado
Título Original: Wanted
País de Origem: EUA / Alemanha
Gênero: Ação
Classificação etária: 18 anos
Tempo de Duração: 110 minutos
Ano de Lançamento: 2008
Estréia no Brasil: 22/08/2008
Estúdio/Distrib.: Universal Pictures
Direção: Timur Bekmambetov

Elenco:
James McAvoy ... Wesley Gibson
Morgan Freeman ... Sloan
Angelina Jolie ... Fox
Terence Stamp ... Pekwarsky
Thomas Kretschmann ... Cross
Common ... Gunsmith

SINOPSE:
"Bekmambetov reinventou o gênero ação!" - Toronto Star.

Para Wesley Gibson (James McAvoy) a vida está um horror! Ele trabalha num escritório com um chefe arrogante e tem uma namorada infiel. Mas as coisas dão uma reviravolta quando ele é recrutado por uma sociedade de assassinos e convencido a aceitar o desafio de ser preparado para se tornar um deles, sendo treinado pela linda monitora Fox (Angelina Jolie). Esta transformação revela habilidades que ele nunca imaginou possuir. E logo em sua primeira missão ele descobrirá que é mais difícil controlar a sua própria vida do que acabar com a vida dos outros.

O filme é um campo minado, adrenalina pura, surrealismo ao extremo, pois às vezes peca pelo excesso de efeitos visuais. O filme tem carros que dão saltos mortais e tiros que fazem curva, mas a minissérie em quadrinhos do roteirista Mark Millar e do desenhista J.G. Jones tem em suas realidades alternativas um nazista viajante do tempo, um africano imortal, um vilão feito de fezes e outro que literalmente pensa com a cabeça de baixo.

É um filme violento e cheio de efeitos especiais. Mas é prudente avisar: ao sair para assisti-lo, deixe o cérebro e o coração em casa, pois você vai precisar tê-los bem longe para entrar no clima dessa produção inverossímil e insensível, mas que pode se tornar muito divertida.

Tendo como ponto central o visual e não existindo lógica em quase nenhuma sequência, o maior charme desse filme é exatamente esse o de abusar das cenas absurdas prendendo espectador na poltrona, que nem sequer se lembra de reclamar dos exageros.

Gostei da iluminação, da montagem, da fotografia e achei a direção despreocupada com as sequências deixando claro em todas as cenas, que a finalidade é entreter o espectador com o inverossímel nas cenas mais surrealistas.

Ótima a interpretação de La Jolie e McAvoy.

Um bom filme de ação. Três estrelinhas...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

CANTANDO NA CHUVA - Gene Kelly - I'm singing in the rain



Sinopse:
Durante a passagem do cinema mudo para o sonoro, Don Lockwood (Kelly) se apaixona pela cantora Kathy Selden (Debbie Reynolds) escolhida para dublar a voz esganiçada da estrela Lina Lamont ( Jean Hagen).

Ficha Técnica:
Singin’ in the rain
EUA/1952
De: Gene Kelly e Staley Donen.
Com: Gene Kelly, Donald O´Connor, Debbie Reynolds, Jean Hagen, Milllard Mitchell, Cyd Charisse.
MGM
Musical/103 minutos.

Os amantes do cinema e aqueles que algum dia pretendem trabalhar na área, não podem deixar de ver o clássico mundialmente conhecido, Cantando na Chuva. Eleito um dos dez melhores da história do cinema americano. Despretensioso no início, nem mesmo seus diretores Gene Kelly / Stanley Donen e o mega produtor de musicais da Metro Arthur Freed, saberiam que este filme se tornaria o clássico que é hoje.

Em 1927, o mundo do cinema está passando por uma transição do cinema mudo para o falado. Hollywood está um verdadeiro rebuliço. O cinema que até então tinha em sua essência a representação muda, apenas com legendas e pianistas ao fundo, teve que se adequar urgentemente a essa nova tendência do mercado cinematográfico. Não foi nada fácil, muitos profissionais perderam seus trabalhos, houve suicídios e boicotes, um deles feito pelo mestre Charles Chaplin.

Don Lockood (Gene Kelly) e Lina Lamont (Jean Hagen), o casal mais querido do cinema mudo, prepara-se para rodar um musical. Mas infelizmente Lina não só não sabe cantar, como tem uma voz horrível. A estreante Kathy Selden (Debbie Reynolds) é chamada a emprestar sua voz à estrela Lina, que aqui se torna uma espécie de vilã, com medo que seu lugar seja ocupado pela estreante. As gravações são uma confusão, mas tudo piora quando Don se apaixona pela doce Kathy. Ao lado de seu inseparável amigo e excelente dançarino, o compositor Cosmo Brown (Donald O’ Connor), ele tenta mostrar ao mundo o talento de Kathy. O filme tem seqüências musicais inesquecíveis, não podemos esquecer de Donald O’Connor que neste musical proporciona momentos eternos, um deles é a seqüência em que ele acaba estirado no chão. Em alguns momentos é notória a sua desenvoltura, o seu jeito alegre de cantar e representar, chegando a sufocar um pouco a apresentação de Kelly. Faltaram um pouco mais de “holofotes” para ele.

Gene Kelly, logo vem à memória a maravilhosa seqüência na rua, em frente à casa de Kathy. Quando ele se despede dela com um beijo, ela fecha a porta, ele vira para rua, “neste exato momento parece que os deuses do cinema o abençoam”.

Inicia-se a célebre seqüência do musical cantando na chuva. A expressão de felicidade e a naturalidade com que ele parece flutuar pela rua são notáveis. A trilha sonora segue as batidas do personagem, seja com os pés nas poças de água ou com o guarda-chuva de baixo das goteiras das casas. Toda esta seqüência noturna foi rodada em estúdio, não ficando nada a dever aos filmes atuais. A jovem de apenas dezoito anos Debbie Reynolds, “ganhou na loteria”, este foi seu primeiro trabalho para as telas de cinema, que posteriormente viria a ser um sucesso. O filme tem a participação especial da estonteante Cyd Charisse, que mais tarde faria o filme Dançando nas Nuvens (55), com Kelly.

Prêmios: Golden Globe Award de melhor ator cômico (Donald O’ Connor). Indicação para o Oscar de melhor atriz coadjuvante (Jean Hagen) e trilha sonora.

Realmente é um dos maiores clássicos de Hollywood. Vale à pena conferir um tempo em que tudo era mais simples, sem muita sofisticação, mas nem por isso se deixava de fazer filmes como esse com elegância e bom gosto. Não fica a dever em nada aos filmes atuais.

Espetacular. É o clássico musical mais inesquecível de todos os tempos.

Cinco estrelinhas com fervor...

domingo, 8 de novembro de 2009

MARGOT E O CASAMENTO



Margot at the Wedding, 2007. Direção: Noah Baumbach. Elenco: Nicole Kidman, Jennifer Jason Leigh, Jack Black, Zane Pais, John Turturro, Ciáran Hinds, Flora Cross, Halley Feiffer, Seth Barrish, Matthew Arkin, Michael Cullen, Enid Graham, Justin Roth.
Roteirista(s): Noah Baumbach.

Gênero: Comédia dramátíca.

Gosto do trabalho de Nicole Kidman e Jennifer Jason Leigh. A direção e roteiro de Noah Baumbach, o homem que impressionou com o seu The Squid and the Whale (A Lula e a Baleia). O realismo é típico de Baumbach. Gostei muito do trabalho de Jack Black. Acostumada a ver Black em papéis cômicos foi grata a minha surpresa ao vê-lo atuando em um papel dramático. Note-se que esse gênero de filme é muito difícil de ser trabalhado. Existe uma linha tênue entre a delicadeza e o grotesco.

HISTÓRIA: Margot (Nicole Kidman) viaja com o filho Claude (Zane Pais) para o casamento da irmã Pauline (Jennifer Jason Leigh). As duas não se falam há algum tempo, mas Margot diz que é importante a presença dela e do filho para apoiá-la neste momento. Detalhe: Margot não entende, em nenhum momento, como Pauline irá se casar com um homem como Malcolm (Jack Black), um sujeito sem trabalho definido que já foi músico e que atualmente divide o tempo escrevendo cartas para jornais e revistas e pintando algumas obras. Chegando na casa de Pauline, Margot revela que terá em poucos dias um compromisso profissional, uma conversa em uma livraria com leitores de sua última obra. Aos poucos as diferenças familiares vão aflorando, assim como a relação conflituosa entre Margot e seu marido Jim (John Turturro) e a relação dúbia dela com o também escritor Dick Koosman (Ciarán Hinds).

Se percebe de maneira muito forte a relação pais e filhos, mostra a falência da instituição família. Vê-se a competição, amor e repulsa entre irmãs e vizinhança.

Observei que o roteiro é fantástico. A marca de Baumbach se vê em todas as cenas. É puro realismo. Cenas que acontecem nesse filme se vê constantemente na vida real. Chega-se a crueldade. O espectador acha que alguma coisa grave está para acontecer a qualquer momento. É o ponto forte do filme. A expectativa.

Uma frase cabe bem nesse filme: "Por que as pessoas que amamos são as que mais magoamos?"

No caso de Margot e da irmã Pauline, elas dividem vivências, segredos. Uma forte ligação que mantemos com irmãos e amigos.

Uma das primeiras – de muitas – cenas fortes e interessantes do filme é quando Claude caminha até a parte que separa os vagões do trem em que viaja com a mãe e começa a gritar. Essa vontade de gritar, de extravasar uma angústia reprimida, poderá ser sentida depois em quase todos os personagens. Pelo menos nos centrais: Margot, Pauline e Malcolm. É a velha história da briga entre a sinceridade e o jogo social de manter-se controlado. Todos são muito sinceros no filme, chegando, como eu disse antes, até ao ponto de serem algumas vezes cruéis – especialmente Margot. Mas, ao mesmo tempo, aos poucos vamos vendo como todos também dissimulam o que sentem, disfarçam, jogam “o jogo” que se espera que as pessoas joguem na sociedade.

Outro tema importante no filme é a dificuldade das pessoas em manter relações de dependência ou “para a vida inteira”. Margot sofre com isso, intensamente.

Nicole Kidman e Jennifer Jason Leigh estão perfeitas em seus papéis.

Margot foi todo filmado no Estado de Nova York, em diferentes locais, como o Bronx e Long Island.

Perfeita a direção de fotografia assinada por Harris Savides.

O garoto que interpreta Claude, Zane Pais, faz aqui a sua estréia nos cinemas. E o faz muito bem! Ainda que em um papel muito menor, está bem a atriz Flora Cross como Ingrid, a filha de Pauline que anda em uma fase de descoberta sexual e de curiosidade por possíveis gays que a rodeiam. Merece citação também Halley Feiffer como Maisy Koosman, a filha de Dick que trabalha como babá esperádica de Ingrid na casa de Pauline e Malcolm. Interessante como toda vez que ela aparece no filme ela literalmente rouba a cena.

Existem cenas meio grotescas no filme, mas não vou comentá-las. São duas cenas e frases que achei desnecessárias.

Filme forte, real e cruel às vezes, mas que abrange questões muito comuns na nossa sociedade moderna, como a difícil relação entre pais e filhos, entre dependência emocional e afetiva e a busca da independência, entre a prática do “jogo social” e o que alguns buscam praticar como “sinceridade extrema”. Bem dirigido e com um roteiro interessante, tem grandes interpretações do seu elenco, em especial de Nicole Kidman e Jennifer Jason Leigh.

Enfim, um bom filme. Você ama ou odeia. Vale à pena assistir. Ele é instigante. Nota: 3,5 estrelinhas.

JÁ NÃO SE FAZ AMOR COMO ANTIGAMENTE

DEDICO ESSA PÁGINA A ANSELMO DUARTE UM DOS MAIORES ATORES, DIRETORES E ROTEIRISTAS DO NOSSO SOFRIDO CINEMA BRASILEIRO.

NÃO FAREI COMENTÁRIOS SOBRE ESSE FILME...



Nome Completo: Anselmo Duarte Bento
Natural de: Salto, SP, Brasil
Nascimento: 21 de Abril de 1920
Falecimento: 07 de Novembro de 2009

Anselmo Duarte nasceu em Salto, interior paulista, onde trabalhava no Cine Pavilhão, molhando a tela na qual se projetava o filme, quando leu o anúncio de Orson Welles selecionando pessoas para participar do filme It's All True, em 1942. Foi para o Rio de Janeiro, estreando como ator de cinema. Em 1949, considerado galã, Anselmo ganhou o prêmio de Melhor Ator, por Um Pinguinho de Gente, da Revista A Cena Muda do Rio de Janeiro. A consagração no cinema foi com o filme O Pagador de Promessas, que ganhou o prêmio máximo do Festival de Cannes da França, o único Palma de Ouro do cinema Brasileiro. Em 1962, o filme também concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Na televisão, interpretou o Trindade, na novela Feijão Maravilha, em 1979.

TÍtulo Original: Já Não Se Faz Amor Como Antigamente
Gênero: Comédia
Duração: 97min.
Lançamento (Brasil): 1976
Distribuição: Cinedistri
Direção: Anselmo Duarte, John Herbert, Adriano Stuart
Roteiro: Anselmo Duarte, Cassiano Gabus Mendes, Adriano Stuart
Produção: Anibal Massaini Neto e John Herbert
Co-produção: Cinedistri e John Herbert Produções Artísticas
Música: Ed Costa
Som: Geraldo José
Fotografia: Osvaldo Oliveira
Montagem: Carlos Coimbra
Edição: Roberto Leme
Títulos: Maurício Sanches

Elenco:
Anselmo Duarte
Ivete Bonfá
Bruno Barroso
Lucélia Santos
Carlos Bucka
Florisa Rossi
John Herbert
Laura Cardoso
César Roberto
Vera Gimenez
Chacrinha
Djenane Machado
Nádia Lippi
Miriam Rodrigues
Hélio Souto

Sinopse extendida

Três episódioS:

1- "Oh! dúvida cruel" Atílio, homem rico e bem relacionado, tem dificuldades em se relacionar com o filho adolescente Júnior, um rapaz de 16 anos, e fica intrigado com o modo de vida deste, não conseguindo dialogar com o mesmo. Suspeita de sua masculinidade e manda um detetive investigá-lo.

2- "O noivo" Macedo, um grande conquistador, deve casar-se num sábado, mas não consegue se lembrar quem seria a noiva. Começa a vasculhar a memória, mas não chega a conclusão alguma. Pressionado pela família, tem que ir à igreja, onde o inesperado é total.

3- "Flor de lys" Victor, paulista milionário e irremediável paquerador, descobre, ao chegar em casa mais cedo, o amante da esposa pulando a janela. Resolve ficar calado, e descobre uma marca, uma flor de lys numa das pernas do homem e começa então a envolver-se em terríveis situações para encontrar o rival, inutilmente.

Comédia em três episódios. 1- "Oh! dúvida cruel" Atílio tem dificuldades em se relacionar com o filho adolescente Júnior. Suspeita de sua masculinidade e manda um detetive investigá-lo. 2- "O noivo" Macedo, um grande conquistador, deve casar-se, mas não se lembra quem seria a noiva. Começa a vasculhar a memória, mas não chega a conclusão alguma. 3- "Flor de lys" Milionário e irremediável paquerador, descobre, ao chegar em casa mais cedo, o amante da esposa pulando a janela. Resolve ficar calado, e descobre uma marca, uma flor de lys numa das pernas do homem e começa então a envolver-se em terríveis situações para encontrar o rival.

Premiações:

- Melhor Diretor, (John Herbert), Prêmio APCA - Associação Paulista de Críticos de Arte, SP, 1976.

- Melhor Fotografia (Osvaldo de Oliveira) e Montagem (Roberto Leme), Prêmio "Governador do Estado de São Paulo", SP, 1976.

Curiosidades:

- No primeiro episódios: "Oh! dúvida cruel": o elenco conta com Anselmo Duarte, Ivete Bonfá, Bruno Barroso, Lucélia Santos, Carlos Bucka, Florisa Rossi.

- No segundo episódios: "O noivo" tem argumento baseado no conto de Lygia Fagundes Telles, e no elenco John Herbert, Laura Cardoso, César Roberto, Vera Gimenez, Chacrinha, Djenane Machado, Nádia Lippi, Miriam Rodrigues.

- No terceiro episódios: "Flor de lys" tem no elenco Hélio Souto, Alcione Mazzeo, Edgard Franco, José Miziara, Matilde Mastrangi, Edson Barbosa, Célia Fróes, Xandó Batista, Ariane Arantes, John Doo, Lourdes Nascimento, Genésio Carvalho, Magrit Siebert, Ely Coimbra, Sérgio Baklanos, Donovan Felipe, Heitor Gaiotti, John Herbert, Daniel Santos.

- Locações em Guarujá, SP
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Qual a importância do roteiro cinematográfico? Como elaborar um bom roteiro? Como vender o seu roteiro? Foi para responder essas perguntas que o Rio Market 2009 convidou o roteirista Marc Norman, vencedor do Oscar de melhor roteiro original pelo filme Shakespeare Apaixonado, para ministrar um Workshop dentro da sua programação. Marc percorreu um longo caminho até chegar ao êxito e afirma: não é fácil.

Em seu livro What happen next: a history of American screenwriting (O que acontece depois: a história de um roteirista americano), Marc expõe a relação do roteirista com o público, com a crítica e principalmente com os produtores. Se o público credita aos atores o bom funcionamento da narrativa, os produtores estão sempre com o pé atrás, afinal, quanto tempo se leva para escrever um roteiro? Três anos, três meses, ou três dias? Para Marc isso não tem fórmula, não se pode nem escrever um roteiro baseado apenas na sua intuição, assim como não se escreve seguindo fórmulas pré-estabelecidas, como propostas pelo escritor Syd Feld. Um bom roteiro nasce da natureza do seu escritor, é orgânico, mas demanda também uma quantidade de técnicas narrativas e dramatúrgicas para alcançar seu lugar almejado. Afinal escrever um filme é contar uma história.

Nos Estados Unidos a indústria cinematográfica provém o sonho de vários escritores que querem fazer cinema e os estúdios e as emissoras estão sempre atrás de novos talentos para renovarem a máquina de entretenimento. Contudo, no caso brasileiro, o circuito parece sempre muito apertado. Na falta de uma mola propulsora os cursos de roteiro estão sempre lotados de estudantes, amadores e profissionais, a procura de desvendar a técnica da escrita do roteiro.

A tal técnica pode passar desde os três famigerados atos aristotélicos até a “ausência” total de roteiro, de qualquer maneira é inegável que a figura do roteirista sempre gera questionamentos, afinal ele é o primeiro a enxergar o filme antes mesmo de estar pronto. Pela sua cabeça todas as cenas são montadas e encaixadas, fazendo sentido ou não, tudo está no seu lugar. No cinema mudo e no início do cinema falado os filmes seguiam a risca a narrativa clássica até a chegada de Orson Welles e seu Cidadão Kane subvertendo a regra e impondo uma narrativa não-linear.

De lá para cá o cinema passou por vários movimentos e estéticas e muitas vezes a figura do roteirista se misturou com a própria figura do diretor. No Brasil o lema cinemanovista “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça” jogou o roteiro nacional para segundo plano, uma vez que o diretor detinha todo o processo de construção da obra. Porém com a chegada do cinema comercial, em meados dos anos 90, a importância do roteiro se tornou necessária e surgiram profissionais que se ocuparam apenas dessa função do cinema. Esse processo chegou a seu ápice com a indicação do roteirista Bráulio Montovani para o Oscar de Melhor Roteiro pelo filme Cidade de Deus.
Apesar dos avanços essa área ainda encontra muitas dificuldades, uma vez que o Brasil não possui uma indústria de cinema e o mercado é dependente, em sua maioria, de incentivos públicos. Também os roteiristas ficam à disposição dos editais que só contemplam projetos já escritos, faltando recursos iniciais para a elaboração dos roteiros. Muito ainda se precisa discutir sobre esse tema, já que Tv e as novas mídias, a exemplo da internet e videogames, se configuram como novos espaços de disputa dos roteiristas. Pouco se fala sobre profissionalização, formação de novos roteiristas, salários e condições de trabalho.

As universidades também não possuem uma especialização voltada para esse mercado. Seminários e debates vem sendo realizados para melhor explicar esse processo, enquanto isso muitos jovens mantém seus roteiros engavetados, uma nova safra de histórias que aguardam sua chegada às telas.

EM BREVE ABRIREI UM BLOG FALANDO SOMENTE DE FILMES BRASILEIROS.

sábado, 7 de novembro de 2009

LENINGRADO



Título Original: Leningrado
Título Traduzido: Leningrad
Gênero: Drama
Duração: 110min
Ano de Lançamento: 2009
Direção: Aleksandr Buravsky
Atores: Mira Sorvino e Gabriel Byrne

Kate Davis (Mira Sorvino) uma jovem jornalista inglesa, é enviada a trabalho para Leningrado. A Segunda Guerra Mundial está no seu auge, os nazista já dominam metade da Europa e parte da Rússia, mas falham em Leningrado.

Ao perceber que não conseguiria tomar a cidade à força, Hitler monta uma estratégia extremamente desumana. Cerca Leningrado, bloqueando o acesso de mantimentos, com o objetivo de matar a fome mais de três milhões de pessoas.

Em meio a este cerco de horror, Kate e a população local, precisam tentar de todas as maneiras sobreviver e não sucumbir à fome e ao domínio do nazismo, na batalha mais cruel da Segunda Guerra Mundial.

Mais um capítulo da 2ª guerra mundial que nos mostra que não só os judeus foram cruelmente massacrados pelos nazistas. Um excelente filme, que nos mostra que jamais devemos desistir, pois foi provado que não existe raça pura e muito menos superior... Vale a pena assistir!

Um filme triste, como não poderia jamais deixar de ser, pois nos mostra as consequências que uma guerra pode trazer para inocentes.

Gostei bastante. É um ótimo filme. Me agrada o estilo de filmes de guerra. Porém, não gostei da montagem do filme. A iluminação até que é boa, porém achei as sequências muito lentas. Mas faço a ressalva de que para um filme de guerra não devemos criar expectativas de paisagens maravilhosas e cenários deslumbrantes.

Cena interessante é logo no começo quando o sargento, no meio do bombardeio, se alimenta como se estivesse em casa.... Essa cena é uma síntese de como um guerra pode transformar as pessoas tornando-as frias.

A direção de Buravsky é firme e criativa. Sorvino dá um show de talento (como sempre) e Byrne sabe escolher seus papéis sempre tão marcantes.

Cinco estrelinhas com louvor.

O MAGNÍFICO E INSUBSTITUÍVEL MARLON BRANDO



Na manhã de 2 de julho de 2004, uma sexta-feira, o veterano cineasta franco-tunisiano Ridha Behi descobriu ter um grande problema nas mãos. O protagonista de seu próximo filme, que ele pretendia rodar ainda este mês, havia morrido no dia anterior. Qualquer diretor, após o choque inicial, faria uma simples pergunta: quem está disponível para o papel? No caso de Behi, o problema era mais grave. Ele não pode simplesmente substituir o seu protagonista, pois o ator faria o papel dele próprio. Mesmo que conseguissem um outro intérprete para o papel, não daria certo, porque o protagonista de Brando and Brando, era ninguém menos do que Marlon Brando, uma das maiores lendas do cinema de todos os tempos.

Behi já declarou a diversos órgãos da imprensa internacional que "ninguém vai tomar o seu lugar". A frase do diretor acaba tomando proporções maiores do que a de um cineasta falando de seu filme. Marlon Brando foi um furacão que passou pelo cinema e deixou marcas que jamais serão apagadas - tanto em sua carreira em papéis memoráveis, como em Uma Rua Chamada Pecado, Sindicato de Ladrões, O Poderoso Chefão ou Apocalypse Now, ou por sua vida pessoal, carregada de tragédias e escândalos.

As melhores performances de Brando no cinema hoje são estudadas em escolas de atuação e servem de base para muitos jovens atores. Atingir o nível de perfeição como ele conseguiu e extrair o máximo de seu personagem são sonhos que muitos almejam, mas raros o conseguem. O cineasta Bernardo Bertolucci, que trabalhou com o ator no polêmico O Último Tango em Paris (1972), uma vez disse que "Marlon estranhamente domina os espaços. Mesmo se ele estiver absolutamente parado, digamos, sentado numa poltrona, ele já tomou para si aquele espaço privilegiado." Para muitos, aliás, a última grande interpretação de Brando foi no filme de Bertolucci.

Nascido em Omaha (Nebraska), no dia 3 de abril de 1924, Marlon Brando Jr. era filho de um casal de alcóolatras. O rapaz freqüentou aulas de teatro entre 1943 e 1944 do New School, em Nova York, onde aprendeu o método Stanislavsky, no qual o ator busca uma identificação psicológica com o personagem. Depois foi estudar no famoso Actor's Studio, escola que também seguia o mesmo método, do qual Brando acabou se tornando um dos mais notórios representantes.

Marlon Brando ganhou dois Oscar, por Sindicato de Ladrões (1954) e O Poderoso Chefão (1972), e recebeu outras 6 indicações, por Uma Rua Chamada Pecado (1952), Viva Zapata! (1953), Júlio Cesar (1954), Sayonara (1957), O Último Tango em Paris (1974) e Assassinato Sob Custódia (1989). Além disso, o ator é protagonista de uma das histórias mais curiosas da cerimônia da Academia. Em 1973, quando ganhou o seu segundo prêmio, não foi recebê-lo e em seu lugar mandou uma suposta índia, chamada Sacheen Littlefeather. A moça, ao invés de proferir agradecimentos, fez um discurso sobre a discriminação contra os nativos. Descobriu-se depois que ela não era descendente de indígenas, mas uma atriz desconhecida.

Se esse é um escândalo ou uma polêmica menor na vida do astro, outros acontecimentos ganharam maiores proporções, além das páginas dos jornais. Em 1990, seu filho mais velho, Christian, assassinou o namorado de sua meia-irmã, Cheyenne, que acabou se suicidando em 1995. Na semana passada, pouco antes da morte de Brando, circularam rumores de que ele estava totalmente falido. As especulações vinham da biografia Brando in Twilight, de Patricia Ruiz, que será publicada no segundo semestre. A decadência financeira teria sido causada por hábitos de consumo extravagantes e dívidas contraídas para pagar os advogados do filho.

A vida amorosa de Marlon Brando também fez a festa de muitos jornais de fofocas. Ele teve filhos com quatro mulheres ao longo da vida. A primeira foi Anna Kashfi, com quem se envolveu numa complicada batalha pela custódia do filho Christian. Também se casou com Movita Castaneda, a atriz mexicana com quem teve um filho, e posteriormente com Tarita Teriipia, a mãe de Cheyenne e Teihoutu. Sua mais recente conquista foi sua ex-empregada Cristina Ruiz, por quem estava sendo processado em 100milhões de dólares por pensões não pagas.

A conta bancária de Brando, aliás, sempre sofreu altos e baixos. Em 1978, ele recebeu o maior cachê da época, 14 milhões de dólares, para viver o pai de Superman. Nessa mesma época, fazia comentários paradoxais, dizendo que trabalhava pelo dinheiro, pois a profissão de ator era vazia e inútil - mas também dizia que Hollywood era um lugar dominado pelo medo e amor ao dinheiro.

Após conhecer o apogeu, Brando se exilou numa mansão na lendária Mulholland Drive, próxima à de seu amigo Jack Nicholson. Raramente saía de casa. Segundo Patricia Bosworth, autora da biografia Marlon Brando, editada pela Penguin, ocasionalmente ele saía para jantar com seu amigo Johnny Depp, com quem contracenou em Don Juan de Marco (1995). E se comunicava com o mundo pela internet. A escritora conta que ele passava boa parte do tempo visitando websites feitos em sua homenagem e enviava e-mails anônimos reportando erros e omissões, além de ligar para programas de rádio disfarçando sua voz, divertindo-se com essas atividades.

Bosworth também conta que uma fonte próxima a Brando uma vez lhe confidenciou que o ator comia para compensar suas frustrações. "Ele é muito paranóico, especialmente com as pessoas que sabem muito sobre ele. Ele pode ser incrivelmente cruel. Depois se sente culpado e começa a comer", confidenciou o amigo. Algumas pessoas tentaram explicar esse problema alimentar dizendo que Brando é filho de dois alcoólatras e, como não bebia, acabou viciando-se em comer. Uma vez ele declarou que "a comida sempre foi minha amiga. Quando quero me sentir melhor ou tenho uma crise, eu abro a geladeira". Outros filosofavam dizendo que Brando deixou seu corpo perder a forma porque não soube lidar com o fato de sua beleza, no auge da fama, atrair muitas atenções.

Nas últimas décadas Brando enfrentou uma série de fracassos no cinema. Filmes que nem mesmo seu talento conseguiam salvar, como A Ilha do Dr. Moreau (1996) e Loucos Por Dinheiro (1998). Seu último trabalho foi o policial A Cartada Final, de 2001, no qual contracenou com Robert De Niro e Edward Norton - que por coincidência são conhecidos como "Marlon Brando de suas gerações". Durante as filmagens desse longa, mais uma polêmica: o ator se recusava a trocar qualquer palavra com o diretor Frank Oz, criando uma certa tensão no set.

Uma das declarações mais polêmicas de Marlon Brando foi quando ele disse à revista Time que uma estrela de cinema não é nada importante. "Freud, Gandhi, Marx - essas pessoas são importantes. Atuar é tolo, chato e um trabalho infantilóide. Todo mundo representa - quando queremos algo, quando queremos que alguém faça algo; atuamos o tempo todo." Mas seguramente nunca ninguém atuou como Brando.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

TRÊS HOMENS EM CONFLITO




Direção: Sergio Leone Ano:1966
País:Espanha, Itália
Gênero:Western
Duração:161 min./cor
Título Original:Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo Título em inglês:The Good, the Bad and the Ugly

Elenco: Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Eli Wallach, Aldo Giuffrè, Luigi Pistilli, Rada Rassimov, Enzo Petito, Claudio Scarchilli..

Três pistoleiros partem em busca de um tesouro escondido. Apesar de precisarem se unir para conseguir achar o que procuram, eles terão que lutar contra os diferentes interesses de cada um.

''Três Homens em Conflito" é a principal resposta para os questionadores desatentos, trata-se de uma obra inigualável, sem precedentes, sempre houveram pessoas que quizeram imitar essa obra-prima, mas que nunca foi superada. Clint Eastwood desempenha aqui o seu mais importante personagem de sua brilhante e fantástica carreira. Pode-se afirmar que é um dos melhores filmes do gênero.

A trilha sonora é impecável. Esse filme espetacular não pode ser rotulado por gênero algum, apesar de ser western, tem comédia, ação, drama e música na dose certa. A forma como Leone filmou, com aqueles closes magníficos (marca de Leone), mostrando que no western spaghetti os personagens nao tinham um rosto bonitinho, nem tanta classe assim, como nos americanos, Clint Eastwood, fala pouco, mas fala tudo e Eli Wallach rouba o filme, indiscutivelmente o melhor no filme.

Elli Wallach esteve simplesmente espetacular em sua perfomance. De todos os filmes que já assisti, não foram poucos, a interpretação de Wallach foi de longe uma das melhores que já assisti.

Roteiro, fotografia, cenários, direção, atores, tudo muito bom. De primeira qualidade.

RECOMENDO ESSE CLÁSSICO COM MUITA CERTEZA DE QUE IRÁ AGRADAR E MUITO, PORQUE
SIMPLESMENTE É UM FILME EXTRAORDINÁRIO. NOTA? NEM PRECISO DIZER!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

INIMIGO ÍNTIMO



Inimigo Íntimo
(The Devil's Own)

ficha técnica:
título original:The Devil's Own
gênero:Policial
duração:01 hs 47 min
ano de lançamento:1997
site oficial:estúdio:Columbia Pictures Corporation
distribuidora:Columbia Pictures / Sony Pictures Entertainment
direção: Alan J. Pakula
roteiro:David Aaron Cohen, Vincent Patrick e Kevin Jarre, baseado em estória de Kevin Jarre
produção:Robert F. Colesberry e Lawrence Gordon
música:James Horner
fotografia:Gordon Willis
direção de arte:Robert Guerra
figurino:Joan Bergin e Bernie Pollack
edição:Tom Rolf e Dennis Virkler

elenco:
Harrison Ford (Tom O'Meara)
Brad Pitt (Rory Devaney / Francis McGuire)
Margaret Colin (Sheila O'Meara)

Sinopse:
Um jovem terrorista do IRA que precisa realizar uma missão nos Estados Unidos se hospeda sem revelar sua identidade na casa de um policial local, que passa a tratá-lo como se ele fosse seu próprio filho. Dirigido por Alan J. Pakula (O Dossiê Pelicano) e com Harrison Ford e Brad Pitt no elenco. Assim, o recém-chegado se integra na família e articula a compra de armamento pesado para levar ao seu país.

Gostei da atuação de Pitt. Roteiro perfeito. Quanto a iluminação ótima. Achei o filme bem dirigido e a câmera era ágil o suficiente para nos prender em cada cena.

- As filmagens de Inimigo Íntimo foram extremamente atribuladas, com vários rumores de que os atores Harrison Ford e Brad Pitt chegaram a brigar nos sets de filmagens, em decorrência da dúvida sobre qual deles deveria ser o foco central do roteiro. O próprio Brad Pitt chegou a considerar a possibilidade de abandonar os sets de filmagens, mas mudou de idéia sobre o assunto após conversar com seu advogado.

- O roteiro de Inimigo Íntimo passou por pelo menos sete revisões antes de ser finalizado.

- O diretor Alan J. Pakula e o ator Harrison Ford trabalharam juntos pela segunda vez em Inimigo Íntimo. Eles já haviam trabalhado juntos em Acima de Qualquer Suspeita.

Essa dupla deu certo. Ford é fantástico em qualquer papel.

Apesar dos bastidores tensos e dos rumores de brigas o filme cumpriu bem a sua proposta que é a de nos levar a diversão. Três estrelinhas.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

REFLEXOS DA INOCÊNCIA



Reflexos da Inocência - Flashbacks of a Fool

Ficha Técnica:

Direção: Baillie Walsh
» Roteiro: Baillie Walsh
» Gênero: Drama
» Origem: Reino Unido
» Tipo: Longa-metragem

Gênero: Drama
Ano: 2008
Duração: 124 minutos
Classificação: 16 anos
Origem: Inglaterra
Distrubuidora: Imagem Filmes
Direção: Baillie Walsh

Elenco: Daniel Craig ... Joe Scott

Harry Eden ... Young Joe Scot

Eve ... Ophelia Franklin

Miriam Karlin ... Sra. Rogers

Jodhi May ... Evelyn Adams


Joe Scott (Daniel Craig) é uma estrela decadente de Hollywood, prejudicado por seu modo de vida hedonista, cheio de sexo, drogas e celebridades. Ainda atraente aos 40 anos, mesmo com seu vício em drogas, leva uma vida solitária e sem objetivos em sua opulenta mansão no Malibu, enquanto lá fora a maré da opinião pública se voltou totalmente contra ele. Apenas quando confrontado com uma tragédia é que ele se vê forçado a enfrentar os fantasmas de seu passado. Os ritos de passagem de Joe quando jovem (Harry Eden) em uma minúscula cidade no litoral da Inglaterra formam a base do sonho de ir para Hollywood. O início de sua sexualidade, seus amigos, as inapropriadas investidas de uma voluptuosa mulher mais velha e suas ações como adolescente levam a conseqüências inesperadas e trágicas, que por fim o forçarão a fugir em busca de uma nova vida. EXTRAS: Depois que Baillie Walsh escreveu o roteiro de REFLEXOS DA INOCÊNCIA, mostrou-o a alguns amigos, inclusive Daniel Craig. “Na verdade, escrevi o roteiro para Daniel Craig, que é meu amigo. Nós nos lançamos em uma aventura criativa juntos e tem sido emocionante”. “Sou um grande fã de seu trabalho, ele já fez uma série de videoclipes, como os do Massive Attack”, diz Craig. “Sempre quis vê-lo fazendo filmes. Eu acredito muito nele e, além disso, ele é meu amigo. Sempre acreditei nele. Então, decidimos ver o que aconteceria se tentássemos fazer esse filme juntos.

Achei o roteiro super questionador em um tema forte. Os personagens são difíceis de se esquecer. Um bom filme. Costumo ler as sinopses antes de ver os filmes. Confesso que nesse caso minha curiosidade foi ao contrário. Vi o filme sem saber o seu roteiro. E deu certo, pois me surpreendi em algumas cenas.

Existem alguns filmes que saem completamente do esquema. Esse é um deles. O roteiro, a direção e a produção quando resolvem experimentar costuma dar muito certo. Chega-se a conclusão de que o cinema para ter mais qualidade tem que ser independente, ou seja, com opções diferenciadas e fugir do padrão Hollyoodiano que já está um pouco repetitivo e cansativo. O resultado foi esse: muito talento e criatividade.

A atuação de Craig é comovente. Algumas cenas chegam a ser deprimentes, tal a realidade do seu sofrimento.

Apesar de o tema ser reflexivo, as cenas são muito longas e os cortes poderiam ser mais rápidos. As indagações a que se propôs faz o espectador pensar e questionar a nossa sociedade.

Pelo belo visual, em geral, que foi muito bem escolhido e principalmente pela cena da dança percebi que esse é o caminho da inovação. Basta ter coragem de seguir em frente com novos projetos. Vale à pena.

No geral é um filme muito instigante que nos faz refletir sobre a sociedade em que vivemos, onde se busca a fama a todo custo para depois, incoerentemente, fugir dela..

Um bom filme. Três estrelinhas.