sexta-feira, 20 de novembro de 2009

ONDE OS FRACOS NÃO TEM VEZ



Onde os Fracos Não Têm Vez
titulo original: (No Country for Old Men)

lançamento: 2007 (EUA)
direção: Ethan Coen , Joel Coen
atores: Tommy Lee Jones , Javier Bardem , Josh Brolin , Woody Harrelson , Kelly Macdonald
duração: 122 min
gênero: Drama e Suspense
duração:02 hs 02 min
ano de lançamento:2007
estúdio:Paramount Vantage / Miramax Films / Mike Zoss Productions / Scott Rudin Productions
distribuidora:Miramax Films / Paramount Pictures
direção: Ethan Coen, Joel Coen
roteiro:Ethan Coen e Joel Coen, baseado em livro de Cormac McCarthy
produção:Ethan Coen, Joel Coen e Scott Rudin
música:Carter Burwell
fotografia:Roger Deakins
direção de arte:John P. Goldsmith
figurino:Mary Zophres
edição:Ethan Coen e Joel Coen
efeitos especiais:Luma Pictures / Tinsley Transfers

Texas, década de 80. Um traficante de drogas é encontrado no deserto por um caçador pouco esperto, Llewelyn Moss (Josh Brolin), que pega uma valise cheia de dinheiro mesmo sabendo que em breve alguém irá procurá-lo devido a isso. Logo Anton Chigurh (Javier Bardem), um assassino psicótico sem senso de humor e piedade, é enviado em seu encalço. Porém para alcançar Moss ele precisará passar pelo xerife local, Ed Tom Bell (Tommy Lee Jones).

O filme começa com a prisão do matador. Entre seus pertences, um cilindro de ar comprimido, que não demora para entendermos como funciona, e para que. Paralelamente, acompanhamos Llewelyn no descampado texano, caçando cervos. O fato de Llewelyn errar o tiro e não conseguir abater o animal ao mesmo tempo em que Chigurh vara o cérebro de sua vítima sem deixar provas é o primeiro dado que o filme nos dá para evidenciar o abismo que separa os dois personagens. Temos o assassino perfeito versus o errante sujeito sem dons, e o suspense começa quando o primeiro passa a perseguir o segundo.

Há um MacGuffin aí no meio, uma mala com 2 millhões de dólares, mas, como todo MacGuffin, ela vale tudo para os personagens e não significa absolutamente nada para o espectador. O que vale para nós é o embate de Chigurh com Llewelyn, o homem-mito contra o homem-real.

O xerife interpretado por Tommy Lee Jones entra aí como mediador. A ele cabe não apenas hiperbolizar a lenda de Chigurh como manter no chão o mundano Llewelyn. A questão da oralidade é fundamental na construção das lendas de faroeste, e Onde os Fracos não Têm Vez respeita essa lógica - no mais, a oralidade, frequentemente expressa na figura de um narrador, é ponto importante na filmografia dos Coen. Nas cenas na delegacia e no café, o xerife e seu subalterno trocam histórias tão sangrentas e bizarras quanto essa que estamos acompanhando na tela - o que é uma forma de mitificá-la ainda mais.

Que o clímax do filme nos seja apresentado em uma elipse anti-climática (o desfecho do embate visto pelos olhos do xerife) é o ponto máximo da construção da lenda. Para a posteridade ficará somente a versão das testemunhas, como em O Homem que Matou o Facínora.

No mais, há por trás do jogo de versões e perspectivas todo um contexto de época. O filme é uma adaptação do romance homônimo de 2005 do estadunidense Cormac McCarthy, que ambienta a história no Texas de 1980. Não é, vale repetir, o mesmo Velho Oeste dos colonizadores. James Stewart representava em 1962 a vitória do civilizador sobre o selvagem - o tema da superação do homem sobre o ambiente, enfim, que percorre todo o faroeste em seu período clássico. Já Onde os Fracos não Têm Vez é a desconstrução niilista do herói mítico porque hoje a civilização perdeu, os heróis perderam, o ambiente venceu.

Boa sorte a Llewelyn Moss contra o seu Liberty Valance.

» Ganhou 4 Oscars: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator Coadjuvante (Javier Bardem) e Melhor Roteiro Adaptado. Foi indicado nas categorias de Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Som e Melhor Edição de Som.

"Na minha opinião peca apenas nas conversas desnecessárias, que assim aumenta o tempo do longa, passando de 2 horas de duração. Tirando isso, o filme é imperdível."

Será que as pessoas em geral tem medo de contrariar o Oscar? Será que os bandidos nos EUA ñão são punidos? Essa é a dúvida que esse filme nos passa.

Enfim, gostei da ágil direção dos Coen, vestuário perfeito, roteiro sem muita criatividade, porém dá prá entreter o espectador. Gostei da interpretação de Lee Jones (apesar de não ser uma fã, digamos assim ardorosa, deste ator renomado). A montagem é correta e com sequências bem coerentes.

Esse filme é uma investida ousada dos irmãos Coen em um faroeste moderno. É difícil definir se há realmente mocinhos na história.

Aliás, histórias, pois o filme apresenta-nos três. A primeira segue o sociopata Anton Chigurh (Javier Bardem) provocando uma verdadeira carnificina no deserto do Texas. A segunda apresenta-nos Llewelyn Moss (Josh Brolin), caçador e veterano de guerra que depara-se com o resultado de um confronto de uma operação com drogas mal sucedida e acaba encontrando uma maleta com 2 milhões de dólares. E finalmente a terceira, que envolve o sherife Ed Bell (Tommy Lee Jones), um homem metódico que parece sempre estar um passo atrás dos outros dois. Essas três histórias, claro, se cruzam. Chigurh está tentando recuperar o dinheiro das drogas em poder de Moss enquanto o sherife investiga os passos de ambos.

O ator espanhol Javier Barden como o sociopata Chigurh sem demonstrar simpatia e indiferença marcante seu personagem com selvageria pronto para matar. Na essência Onde Os Fracos Não Tem Vez é um filme bastante violento, mas que por ironia lança-nos à uma reflexão curiosa sobre a morte e sobre a natureza do homem mal, tornando esse exercício algo difícil de ignorar.

A cena final caiu muito bem. Não cabe eu fazer comentários sobre ela, pois perde a graça. O filme lança mão de recursos de efeito visuais interessantes e bem feitos. 4 estrelinhas.

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